Quarto 401

Quarto 401
Integrantes: Camila Neves, Carolina Tavares, Fernanda Mansur, Maria Clara Olinto e Milena Bastos - 2º C - Colégio Nobre

HISTÓRIA



Informações sobre a região

Paulo Afonso cidade com Sol Vento Eco turismo Eco esportes Axé e muita energia 365 dias por ano. A região de Paulo Afonso começou a ser habitada por bandeirantes portugueses no início do século XVIII. Chefiados por Garcia DÁvila subiram o rio São Francisco e atingiram as terras onde hoje está localizado o município. Em 1725 o sesmeiro Paulo Viveiros Afonso recebeu por alvará uma sesmaria situada na margem esquerda do rio no lado alagoano e que abrangia as terras da cachoeira até então conhecida como Sumidouro. Tempos depois em 1913 Delmiro Gouveia industrial e empresário da época vislumbra com o potencial da região e implanta um grande e ousado projeto a primeira usina hidrelétrica do Nordeste a Usina Angiquinho. A partir da idéia do pioneiro Delmiro Gouveia o então Presidente do Brasil Getúlio Vargas assina o Decreto autorizando a organização da CHESF - Companhia Hidrelétrica do São Francisco oficializada em1948 com a primeira Assembléia Geral de Acionistas. Em torno da CHESF nasce a o que viria a ser a cidade de Paulo Afonso até então parte do município de Glória. Só em 1958 a nasce o município através de sua emancipação política. Paulo Afonso é uma cidade ainda jovem com um grande futuro pela frente uma cidade conduzida por mãos fortes de um povo trabalhador e alegre. Hoje considerada uma das melhores cidades do nordeste dinâmica e com um grande potencial de crescimento o verdadeiro Oásis do Sertão.


Os empreendimentos de Delmiro Golveia

Delmiro não freqüentou os bancos escolares, sua escola seria a vida comercial na qual começou aos 12 anos de idade como aprendiz de tipógrafo, mas se desligou desse emprego indo trabalhar numa mercearia. Deixando o segundo emprego, Delmiro empregou-se como condutor de trens da Maxambomba de Caxangá, como era chamada a “Brazilian Street Railway Company“, empresa britânica de transporte ferroviário. Delmiro trabalhou como despachante de barcaças vendo neste emprego a oportunidade de galgar profissionalmente.

A vocação para o diálogo e negociação, com clientes e fornecedores, contribuiu na busca incessante de que pudesse aperfeiçoar e desencadear seus planos e estratégias para o crescimento profissional.

Delmiro provou sua capacidade de negociante e de cidadão hábil trabalhando na gerência de uma firma exportadora de courinhos (pele de bode e cabra), realizando transações no aventurado negócio que crescia a cada dia em Pernambuco, obtendo vários empréstimos que, por vezes, se transformavam em dívidas exorbitantes por conta dos imprevistos. Com rara habilidade empreendedora e de forma especial Delmiro demonstrou harmonia na vontade de superar desafios para se servir cada vez mais na formação de equipes, aproveitando bons empregados das firmas onde atuou, a exemplo dos italianos Lionelo Iona e Guido Ferrário e o brasileiro Luís Bahia.

No ano de 1896, Delmiro começou a trabalhar para a empresa norteamericana J. H. Rossbach & Bros., onde obteve grandes empréstimos financeiros para seus empreendimentos comerciais. Tendo em vista a escala de sua fortuna, fica evidente que seu crescimento financeiro decorre, em parte, da força de compromisso em empréstimos financeiros que a firma Rossbach lhe proporcionou, vendo nisto uma valiosa ferramenta para qualquer um que pretendesse atuar no mercado competitivo.

A única maneira de correr o risco foi lidando com relacionamentos comerciais como única forma de uma antiga tradição de negócios, valendo-se para tanto de várias sociedades muitas delas temerárias quando, certa vez, constituiu a sociedade Levy & Delmiro, em julho de 1891, com o inglês Clemente Levy, ao fim da sociedade Delmiro expulsou o inglês a socos e pontapés do Recife, indo a vítima refugiar-se em Fortaleza, ficando Delmiro com o monopólio dos courinhos naquele instante.

Delmiro fez várias viagens à Europa e Estados Unidos em visita às Exposições Universais vendo de perto o desenvolvimento cuja finalidade era incorporar projetos e estudos na viabilidade de negócios inovadores, em diversidades ambientais e sociais.

Adquiriu, em leilão, a Usina Beltrão considerada a maior refinaria de açúcar da América do Sul. Quis inserir no mercado o açúcar em forma de tablete, mas não obteve o resultado almejado na produção e fechou. Acredita-se, porém, que devido aos elevados custos das instalações e a inexperiência no ramo da agroindústria fizeram com que ele não obtivesse êxito neste empreendimento.

Tendo em vista o interesse por desafios no comércio, Delmiro assinou contrato no início de 1898, com o Prefeito do Recife o Sr. José Cupertino Coelho Cintra, para a construção de um mercado. Batizado de Mercado Coelho Cintra, ficara mais conhecido por Mercado do Derby referente a localização no bairro da Estância. Nesta empreitada o apoio governamental permitiu que Delmiro obtivesse isenção de impostos municipais e exploração pelo período de 25 anos, findo os quais o estabelecimento passaria às mãos públicas.

Delmiro achava importante estabelecer firmas com sócios tanto pelo capital financeiro que estes poderiam agregar, quanto por serem especialistas na área em que atuavam.

Delmiro administrava utilizando-se de uma análise aprofundada dos cenários no âmbito de seu segmento, cuja equipe de sócios antecipava as prováveis mudanças no cenário nacional e internacional. Acredita-se, porém, que Delmiro observou cuidadosamente as diferentes atividades entre as empresas locais, para numa estratégia organizacional diferir no que elas faziam no dia-a-dia, sobretudo focalizando a oportunidade do negócio a tal ponto de conseguir disparidades nos preços dos produtos, determinando, assim, seu valor agregado.

A desavença com os políticos pernambucanos, em especial, o Conselheiro Rosa e Silva que fora agredido pelo empresário na capital da República, Rio de Janeiro culminou para o início da bancarrota. O mercado foi incendiado e, além disso, seguiram-se sucessivas falências de suas firmas, diante da atual crise Napoleão Duarte, sócio de Delmiro, culpou-o pelo sinistro e numa reunião desfechou-lhe um tiro de revólver, atingindo de raspão o joelho.

Após o incêndio contra o Mercado do Derby, que representou o início de sua decadência sócio-financeira em Pernambuco, Delmiro resolveu passar alguns meses na Europa enquanto os ânimos se acalmavam. A partir daí começou a receber missivas que informavam a terrível crise por qual passavam os negócios, solicitando breve retorno a fim de controlar a situação. Não obstante, em terras tupiniquins intentou acordo das dívidas com os credores, sem obter sucesso, teve como conseqüência grandes perdas materiais e a decretação de falência dos empreendimentos.

Para tentar o soerguimento financeiro Delmiro sai de Recife rumo a Alagoas, onde em companhia dos sócios oficializa a firma Iona & Cia., antes enominada Iona & Krause, procurando reorganizar em Maceió, meses depois, o comércio de peles que tanto conhecia.

Foi em Pedra, povoado do Estado de Alagoas, que Delmiro Gouveia utilizou-se de uma observação estratégica visando identificar oportunidades de negócio. Para tal, a localidade representava um expressivo posicionamento estratégico privilegiado para seus interesses comerciais, possuía uma Estação Ferroviária era um ponto de confluência entre Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe cortado por uma Estrada de Ferro que ligava o município de Jatobá – Pe a Piranhas -Al.

Quando Delmiro chegou a Pedra ficou extasiado com o ponto estratégico que ela oferecia para seus negócios. O ajustamento entre as capacidades da organização e os desafios que enfrentava era a questão mais importante para a compreensão do sucesso. Com os primeiros retornos financeiros da venda de peles, Delmiro inicia a compra de terras adjacentes ao Rio São Francisco. Conseguindo isso, após entendimentos com os fornecedores, as peles começaram a convergir em grande volume, reconstruindo sua fortuna, tendo ainda recebido – novamente – apoio financeiro da família Rossbach para qual realizava transações. Todo o tempo livre era dedicado aos novos contatos com pessoas que podiam ajudá-lo, nas opiniões, dicas e informações.

Delmiro percebeu que o importante era gerar resultados e testá-los. Do governo alagoano obteve concessões para o aproveitamento da Cachoeira de Paulo Afonso e se tornou o principal responsável na orientação e monitoramento das performances pelo interesse da construção de uma Usina Hidrelétrica. Entretanto, o processo contínuo de implementação de uma gestão para o desenvolvimento figurou no elevado desempenho de seus empreendimentos especialmente do ponto de vista estratégico. 

Contudo, Delmiro pretendia levar energia para todo o Nordeste, mas o
projeto parou diante da negativa do “cara de gato” Dantas Barreto, Governador de Pernambuco, não permitindo a passagem dos fios e cabos pelo território do aludido Estado.

Então, Delmiro volta-se para um projeto de construção de uma Usina
Hidrelétrica, para alimentar uma fábrica de linhas; fábrica esta que foi inaugurada em 5 de junho de 1914. Batizada de Fábrica da Pedra cujo produto tinha a marca nacional Estrela e, no estrangeiro, Barrilejo, a referida fábrica resultou numa rica alternativa de trabalho na região, atraindo famílias de várias localidades para compor o empreendimento.

Atuando também na área agrícola, Delmiro desempenhou importante papel,
aperfeiçoando técnicas à pecuária e à agricultura, sobretudo com a disseminação da palma forrageira (Nopalea) e de reprodutores Zebu. Construiu 520 km de estradas, com subvenção do governo estadual, onde os primeiros sulcos pneumáticos cortaram sertão adentro.

Delmiro associou habilidades empreendedoras ao forte desejo de
transformar os ambientes onde atuou, em vista de novos cenários para a
modernização empresarial, orientado pela necessidade de abranger a
industrialização no sertão.


A história de Lampião, a saga dos cangaceiros e a sua captura

Virgulino Ferreira da Silva, ou Lampião, Rei do Cangaço, nasceu em 1898 em Vila Bela, atual Serra Talhada, Pernambuco, e morreu na madrugada do dia 28 de julho de 1938, na fazenda conhecida com Angico, no município de Porto da Folha, em Sergipe. Passou metade de seus 40 anos no comando de seu bando de cangaceiros, com os quais percorreu os sertões de sete estados: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, sendo os quatro primeiros banhados pelo Rio São Francisco. Justiceiro e herói para alguns e bandido sanguinário para outros, ele e sua companheira Maria Bonita constituem um mito.

Grande dançarino, o cangaceiro organizava com os seus coiteros ao menos dois bailes semanais. O traje do cangaceiro tinha apuro ornamental. Cheio de cores vivas e harmoniosas nos lenços bordados, nos bornais e frisos das cartucheiras e nas perneiras. Também usavam muito perfume e muitos anéis. O chapéu, em estilo napoleônico, era coroado de moedas de ouro e prata.

Lampião comandou um grupo de cangaceiros fiéis e corajosos, mas extremamente cruéis. Lampião teve uma vida difícil. Seu pai foi morto quando ele ainda era adolescente, numa busca policial, pelo alagoano José Lucena Maranhão, quando o destacamento procurava Virgulino, Levino e Antônio, os três irmãos já envolvidos com crimes. A ação policial desastrada o levou definitivamente a assumir a atitude de bandido, e por volta de 1916 se juntou a um bando de cangaceiros chefiados por um primo seu, Sebastião Pereira, vulgo "Sinhô Pereira". Já em 1919 liderava o grupo, e sua fama corria o país inteiro. Era o personagem preferido de literatura de cordel, onde era mostrado como um grande "herói", infalível e indomável. Relatos de suas façanhas contra as polícias chegavam aos ouvidos dos políticos, que patrocinaram uma caçada para persegui-lo e matá-lo. 



Perseguidos sem tréguas durante cerca de vinte anos pelas forças de ordem de sete estados do nordeste brasileiro, Lampião e seus comandados desbravaram e pilharam uma das regiões mais pobres do Brasil: o sertão. Desafiaram não apenas as autoridades policiais e políticas do nordeste, mas, também, o poder central do Brasil. Aqueles que poderiam ser personagens de pouca envergadura, cuja zona de influência e cujo poder de novidade pareciam restritos a uma região miserável, foram, em seu tempo, os reveladores das falhas de um sistema político, econômico e social, da incapacidade do Brasil de forjar sua unidade, numa época em que a sociedade se acreditava moderna, unificada e coerente.

Em 28 de julho de 1938, no município de Poço Redondo, Sergipe, na fazenda Angico, Lampião foi morto por um grupamento da Polícia Militar alagoana, as chamados volantes, chefiado pelo tenente João Bezerra, juntamente com dez de seus cangaceiros, entre os quais se encontrava sua companheira, Maria Bonita, Luís Pedro, este o seu cangaçeiro mais fiel, além de Mergulhão, Elétrico, Quinta-Feira, Caixa de Fósforo, Adília, Cajarana e Diferente. Foram todos decapitados e suas cabeças, devidamente etiquetadas, levadas como comprovante de suas mortes, foram expostas nas escadarias da igreja matriz de Santana do Ipanema. De lá foram conduzidas a Maceió e depois para Salvador. Foram mantidas, até a década de 1970, como "objetos de pesquisa científica" no Instituto Médico Legal de Salvador (Instituto Nina Rodrigues). Nina Rodrigues era fiel seguidor das idéias de médico legista forense italiano Cesare Lombroso segundo a qual a fisionomia tem uma correspondência direta com a tendência ao banditismo. Nina esperava encontrar nas amostras colhidas do bando de Lampião a comprovação da tese lombrosiana.



Mural com fotos de alguns cangaceiros.


Cabeça mumificada de Lampião.

Cabeça de Maria Bonita

Perfil radiográfico de Maria Bonita


Mural com algumas fotografias.

Guindaste inglês trazido por Delmiro Golveia para descida de alguns materiais.


Hidrelétrica de Angiquinho, empreendimento de Delmiro Golveia.

                                                             
                                         
                                            Foto tirada na hidrelétrica de Angiquinho.